quinta-feira, 18 de março de 2010

Brasileiros não temem concorrência com os produtos Chineses.


O polo de confecções localizado em Divinópolis, na região Centro-Oeste do Estado, não teme a concorrência predatória dos produtos chineses e estima um crescimento de 6% frente o exercício passado. No entanto, o setor enfrenta problemas com a invasão dos produtos piratas.

A proprietária da Verde Limão, Mariza Castro, disse que as vendas deverão fechar com um crescimento de 50% ante o mesmo período do ano passado, em função do aquecimento da demanda. Mariza comentou que as roupas da China não prejudicaram os negócios, mas que o governo deveria sobretaxar os produtos para restringir a importação. Ela disse, ainda, que a Verde Limão esteve na Feira Mode City, em Paris, na França, onde foi possível fechar novos contratos. "A empresa conseguiu vender para França e Caribe, além de negociar com a Grécia. Devido à sobrevalorização do real frente ao dólar esperamos a recuperação da moeda norte-americana para exportar para os gregos", completou.
A empresária não revelou o volume de negócios fechados na feira.

Já a Sintonia, com 18 anos de mercado, segundo a proprietária Maria Aparecida Malta, a confecção manteve o crescimento e estima um incremento de 30%, comparado com a mesma base do ano passado. Maria Aparecida disse que as vendas no primeiro trimestre as vendas aumentaram 20%. Para o segundo trimestre do ano estima que os números permaneçam e acompanhem o crescimento da economia. Conforme ela, a empresa não exportou este ano, mas a produção foi aumentada para atender a demanda interna. A proprietária disse que os produtos chineses possuem uma qualidade inferior aos nacionais. "Estive em uma feira em São Paulo e os chineses vendiam blusa social a R$ 4 e calça jeans a R$ 9. Quem atua nesta linha não tem como competir", disse.

Na contramão, a confecção Bela Becca Moda Feminina Indústria e Comércio registrou queda no volume de vendas de 40% ante o mesmo período do ano passado. Segundo a proprietária Maria Helena da Silva Christis, o setor deve reagir no próximo trimesre e com isso a empresa deverá sinalizar aumento nas vendas. Ela disse que a empresa não exportou neste ano. Mas chamou atenção para a elevada carga tributária e guerra fiscal com os estados limítrofes. "Muitos clientes passaram a comprar em Goiânia, por exemplo, devida a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Um quilo de visco laicra em Goiânia sai a R$ 17,90. Em Divinópolis você encontra o mesmo produto por R$ 35", explicou.Segundo o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), os itens chineses não prejudicaram o polo. As perdas estão concentradas nos produtos piratas.

De acordo com a pesquisa realizada no primeiro semestre pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Ieme), a cidade possui 570 confecções que emprega cerca de 5 mil funcionários diretos. O Ieme divulgou que o polo deverá produzir neste ano 23,6 milhões de peças, que representa 85% da capacidade instalada.

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